Que o rock é preto não há dúvidas, mas sabemos também sobre o apagamento cultural pelo qual a população negra é imposta secularmente. Desde Sister Rosetta que passou a ser creditada há poucos anos, até a identificação de músicos negros da atualidade que estão fazendo rock de qualidade por mais que fora dos holofotes.
A história do rock é repleta de rebeldia e por muito tempo música que ditou tendência pelo mundo. Desde que Elvis apareceu, um homem branco fazendo exatamente o mesmo que vários músicos negros como Litte Richard e se tornou uma lenda do rock, o estilo se popularizou mundialmente. Muitos materiais apontam que Elvis sofreu bastante por mostrar a rebeldia do ritmo, imaginem o que os músicos negros da época não passaram.
O rock é negro, assim como a sua essência e toda a sua história. Com origem no blues, que surgiu nas “plantations” nos EUA, principalmente fazendas de algodão por volta dos anos 1870, com melodias marcadas por sentimentos. Para se falar sobre o blues, é necessário falar sobre Robert Johnson, que viveu até os fatídicos 27 anos de idade e que tem seu sucesso creditado ao diabo. Sim, o famoso pacto com o diabo.

Robert Johnson, rapaz jovem que se apresentava em pequenos bares até que ressurge com um talento nunca visto. O seu retorno após algum tempo desaparecido, fez com que as pessoas acreditassem que Johnson havia feito um pacto com o diabo numa encruzilhada em troca de todo o seu talento com o violão.
Há passagem sobre demônio em suas letras, porém no documentário “ReMastered: O Diabo na Encruzilhada” disponível na plataforma Netflix, conhecemos um pouco mais sobre sua história.

O documentário conta com depoimentos de familiares e a sua trajetória conturbada e talentosa pelo blues. Uma história triste, porém, repleta de talento e de demonstração de que muito provavelmente não teríamos a música como ela é hoje, se Johnson não tivesse nos apresentado a sua maestria.
Johnson faleceu em 1938, aos 27 anos por envenenamento em uma das casas onde se apresentava deixando um único herdeiro.
A história de Robert Johnson já foi contada em séries e adaptada ao cinema (Crossroads, 1986), mas jamais teremos certeza se o diabo realmente colaborou com Johnson mas o que temos certeza é de ele que foi um músico exemplar e que o racismo esteve presente em toda a sua jornada, talvez até mesmo sendo o responsável pela criação da lenda do Diabo na Encruzilhada.